domingo, fevereiro 26, 2006

Obscenidades

Ví­tima de Tchernobil
Paul Fusco, Magnum Agency, New York


É obscena a afirmação do sr. Patrick Monteiro de Barros e dos restantes defensores da energia nuclear, de que o acidente de Tchernobil "só causou pouco mais de 40 mortos". É obscena porque restringe deliberada e criminosamente o número de mortos aos que estavam nas instalações da central. É obscena porque esquece os milhares que morreram e morrerão por doenças derivadas das radiações do acidente. É obscena porque mentirosa. É obscena porque desrespeita as inúmeras crianças nascidas com malformações congénitas e cancros. É obscena porque esquece o sofrimento de milhares. É obscena porque desrespeita a memória de milhares de mortos passados e futuros.

Alguns números para avivar a memória e para denunciar a monstruosidade das afirmações de Monteiro de Barros e seus sequazes.

- cerca de 8 000 (oito mil) mortos devido às radiações
- cerca de 2 000 (dois mil) casos de cancro da tiróide
- cerca de 2 000 (dois mil ) a 8 000 (oito mil) casos esperados de cancro da tiróide nos próximos 10 anos
- cerca de 5 000 000 (cinco milhões) de pessoas tiveram ou têm doenças relacionadas com as radiações

P.S.: ia também falar daqueles que dizem que nunca houve um acidente nuclear grave na Europa, mas depois achei que falar de ignorantes e mentirosos é dar-lhes a importância que eles não têm.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Ah pois!



Um dos argumentos mais usados contra o casamento civil entre homossexuais é o de que o casamento se destina a formar família, que tem portanto funções reprodutivas. Além de o argumento ser extremamente redutor (eu diria mesmo neandertalesco), se fosse levado a sério implicaria a proibiçãoo do casamento entre heterossexuais estéreis, pois esses, tal como os casais homossexuais, não poderão ter filhos. Nem os velhotes, já agora. Ora toma.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Grande Freitas


Tenho estado para escrever um texto sobre a crise dos "cartoons" dinamarqueses, mas depois do comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, só me resta aplaudir o bom senso, a serenidade, e assinar por baixo.