quarta-feira, novembro 28, 2007

terça-feira, novembro 13, 2007

Mala Noche

Mala Noche
Gus Van Sant

Uma pequena jóia no Teatro-Cine de Torres Vedras, que parece ter-se virado definitivamente para uma programação alternativa e de qualidade. O filme é de Gus van Sant é de 1985, mas só agora foi lançado em Portugal. Compreende-se. O filme é bom, por isso não teria sucesso comercial. Uma história negra, a preto e branco, de desejo obsessivo. Um homem apaixonado por um jovem imigrante ilegal. A humilhação, a violência. Imperdível.

sábado, novembro 10, 2007

Pinter na Comuna

(foto roubada daqui)

A Cornucópia tem em cena Feliz Aniversário / The Birthday Party, de Harold Pinter, até amanhã, dia 11 de Novembro. Fui ontem ver, e acho que é pecado não aproveitar estes dois últimos dias para ir à Comuna, caso ainda não se tenha ido. O texto é soberbo, a interpretação excelente. Custa sempre destacar quando são todos tão bons, mas não posso deixar de me vergar perante a excelência da interpretação desse grande senhor que é João d'Ávila.

Ambíguo, violento, cómico, desconcertante. Pinter.

terça-feira, novembro 06, 2007

The lumberjack



I'm a lumberjack, and I'm okay,
I sleep all night, I work all day.

Mounties: He's a lumberjack, and he's okay,
He sleeps all night and he works all day.

I cut down trees, I eat my lunch,
I go to the lavatory.
On Wednesdays I go shoppin'
And have buttered scones for tea.

Mounties: He cuts down trees, he eats his lunch,
He goes to the lavatory.
On Wednesdays he goes shopping
And has buttered scones for tea.

Chorus : He's a lumberjack, and he's okay,
he sleeps all night and he works all day.

I cut down trees, I skip and jump.
I like to press wild flowers,
I put on women's clothing
And hang around in bars.

Mounties: He cuts down trees, he skips and jumps,
He likes to press wild flowers.
He puts on women's clothing
And hangs around in bars?!

Chorus : He's a lumberjack, and he's okay,
he sleeps all night and he works all day.

I cut down trees. I wear high heels,
Suspendies, and a bra,
I wish I'd been a girlie,
Just like my dear Mama.

Mounties: He cuts down trees, he wears high heels,
Suspendies, and a bra?!

I cut down trees. I wear high heels,
Suspendies, and a bra,
I wish I'd been a girlie,
Just like my dear Mama.

Monty Python

hã?

Alguém me explica, assim como se eu tivesse 5 anos e uma grave deificiência mental, qual é o problema deste cartaz, e porque está a causar tanta polémica? Aceitam-se desenhos, também.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Ibsen

Não há muitas palavras que possam descrever a excelência do espectáculo que a Cornucópia levou à cena até ontem, por isso não vou sequer tentar. Queria, no entanto, assinalar o facto de das duas vezes que lá fui a lotação estar esgotada, e de ontem haver uma enorme multidão à espera de desistências, para poder assistir. Isto demonstra uma coisa importante: que afinal é mentira que os teatros estejam vazios porque os bilhetes são caros. Alguns teatros estão vazios porque apresentam espectáculos sem qualidade. Não é o caso da Cornucópia, que até tem preços ao nível de um bilhete para um jogo de futebol.

P.S.: infelizmente uma parte muito significativa da audiência parece ter passado ao lado do texto, rindo de situações que eram tudo menos cómicas.

domingo, novembro 04, 2007

Elizabeth: The Golden Age


O filme é jeitoso. Tal como o outro filme de Kapur também dedicado à Rainha Virgem, vive muito de uma fotografia belíssima e de um guarda-roupa deslumbrante e historicamente rigoroso. O enredo é bonzinho, embora aqui e ali tenha caído num anacronismo e maniqueísmo perdoáveis na medida em que aquela produção tem de vender para compensar o orçamento, que não deve ter sido pequeno. Interessante, embora inverosímil, o toque trágico (no verdadeiro sentido da palavra) que até certo ponto parece tomar conta de Isabel, convencida de que Filipe II é o instrumento de Deus que castiga a sua hybris, a execução da católica Maria da Escócia. De resto a cena da execução é das mais fortes e bem conseguidas de todo o filme. Mais interessante ainda, do meu ponto de vista, a secundarização da batalha naval em relação à intriga política e amorosa. Kapur não caiu na tentação de fazer um filme de guerra e efeitos especiais, e eu fico-lhe profundamente grato. Um filme interessante, portanto, embora comercial.

P.S.:
Não percebi os sussurros de espanto de alguns espectadores, ao verem as quinas portuguesas em barcos da Armada espanhola. Não percebo o espanto. Se em 1588, data da partida Armada de Lisboa, as coroas portuguesa e espanhola se encontravam unificadas em Filipe II de Espanha e I de Portugal, se a Armada era composta por barcos portugueses e espanhóis (como qualquer pessoa informada sabe, o que houve foi uma unificação das coroas, não uma anexação), então que espanto haverá em as armas de Portugal e de Espanha surgirem lado a lado nos barcos da Armada? Ou há qualquer coisa que me está a escapar, ou o ensino anda mesmo muito mal.

sábado, novembro 03, 2007

Elizabeth, ou da ignorância

[Nicholas Hilliard, 1585]

Estreou há dias em Portugal o filme intitulado, no original, Elizabeth: The Golden Age. Em Portugal foi baptizado Elizabeth - A idade do ouro. A ignorância e incompetência dos tradutores portugueses é proverbial, no entanto os seus atentados intelectuais costumam cingir-se a um desconhecimento aflitivo das mais elementares regras da gramática portuguesa, bem como uma inacreditável ignorância da língua de partida. Neste caso a ignorância de factos básicos da História europeia levou a chamar Elizabeth a uma senhora que é, há vários séculos, conhecida como Isabel, em Portugal. Pode-se questionar a pertinência da tradução de nomes próprios, mas a verdade é que ela é de regra, por exemplo, nos nomes de personagens históricas ou da realeza contemporânea. É por isso que se diz que a actual rainha de Inglaterra é Isabel II - ou será que a mente iluminada do(a) tradutor(a) lhe chama Elizabeth II. É que é esse o uso prescrito. É por isso que, por exemplo, o famoso imperador se chamava Napoleão, não Napoléon. Já para não falar de Henrique VIII, Alexandre o Grande, Júlio César e outros que tais.

Bom, ingorância à parte, vou ver o filme, porque retrata um período histórico que me interessa bastante. Mas vou preparado para mais umas alarvidades do género. É pena não haver a opção de ver os filmes sem legendas, na língua original.