sábado, junho 27, 2009

O piscar de olhos da divindade

Fui levar a minha mãe a Fátima. Enquanto ela rezava, eu sentei-me a reler um dos meus livros sagrados: Ulysses, do Joyce. E lmbrei-me daquela vez em que ia no comboio a ler a Ilíada, versão calhamaço da Cotovia, e uma senhora, depois de passar a viagem toda a olhar para mim embevecida, no fim disse "está a ler a Bíblia, que bonito".

Depois andei a ver as lojas dos vendilhões do templo, e dei com aqueles quadros ultra-kitsch que ninguém de bom gosto pode algum dia comprar, daqueles que mudam consoante a perspectiva. A Cristina já me tinha chamado em tempos a atenção para dois deles: um começa com Jesus e vai mudando para Nossa Senhora. Mas há ali um ponto intermédio em que a Nossa Senhora ainda não é Jesus mas também já não é Nossa Senhora, ficando ali a meio, com uma exuberante barba. Há outro em que Jesus abre e fecha os olhos, o que deve ser fonte de terror para visitantes incautos. Mas há ali uma fase em que um dos olhos está aberto enquanto o outro está fechado, de modo que se olharmos dessa perspectiva temos Jesus com ar lânguido a piscar-nos o olho. Lindo.

domingo, junho 21, 2009

Arte nova

O que vos eu afirmarei é que, ainda que há muito tempo que não exercito esta arte, nem quero bem nem à camisa que trago no corpo, que todavia não me esqueço dela, sem necessitar dos nominativos da de Ovídio; porque, quando nisso me ponho, sei amar de ũa arte nova.

D. Francisco Manuel de Melo, Cartas Familiares.
Carta 40, Lisboa, 14 de Dezembro de 1641
Edição: INCM, 1981

sábado, junho 20, 2009

Das leituras de Verão

A minha leitura de praia está decidida: reler o "Ulysses", do Joyce, mas agora no original, na incontornável edição de 1960 da Bodley Head. Não se tome isto por uma tirada pedante. Na verdade eu tenho imensa inveja de quem consegue "desligar o cérebro" e ler coisas leves no Verão. O pretexto costuma ser o de descansar a cabeça de coisas sérias e relaxar. Aí está um conceito que, no meu fraco entendimento, não consigo alcançar, daí a minha triste sorte de só conseguir ler coisas boas e estimulantes. Eu quando quero descansar de coisas sérias, e sobretudo quando quero relaxar, pego num bom livro. Num livro a sério: num Joyce, num António Lobo Antunes, num Dostoiévski, num Jorge Luis Borges, num Umberto Eco, num Eça, num Platão, num Kafka, eu sei lá, numa coisa que me estimule. É assim que relaxo e me distraio de coisas sérias. Se pegar numa leitura levezinha - e eu já tentei, juro - , em poucos minutos a minha mente acaba por fugir, por falta de estímulo, e volta a prender-se às coisas sérias e às preocupações quotidianas. As letras deixam de fazer sílabas e palavras, e os meus olhos vão passando as páginas sem ler. Ora a única maneira de conseguir que isso não aconteça é se for uma leitura a sério. Por isso tenho imensa inveja de quem consegue "desligar" com leituras leves, de quem consegue ficar com a mente presa a uma leitura inconsequente, sem se distrair, de quem consegue embrenhar-se num Dan Brown, num Paulo Coelho, numa Margarida Rebelo Pinto ou noutros de cujos nomes, الحمد لله (deo gratias), não consigo recordar-me ou nem sequer conheço. Eu não consigo. Por isso estou condenado a só ler coisas boas, interessantes e intelectualmente estimulantes.

Marcha Pride Lisboa, 1578


Hoje decorre em Lisboa mais uma marcha do orgulho gay. Eu, que saí do armário há duas décadas, continuo sem perceber o que há nisto para se ter orgulho. Ou vergonha. Enquanto a homossexualidade continuar a ser encarada, de dentro, desta maneira, não há qualquer esperança de vir a ser encarada, de fora, com a naturalidade que se pretende. Até lá, enquanto estes homossexuais continuarem a não encarar a sua orientação com a mesma naturalidade com que encaram a dimensão da sua barriga ou a cor dos seus olhos, até lá estas marchas continuarão a fazer o seu papel de perpetuação de estereótipos e de progressivo afastamento entre esta "comunidade gay" e o resto da sociedade, outros homossexuais incluídos.

Mas esta reflexão ensonada vem a propósito de outra marcha igualmente amaricada, há 431 anos, e de consequências não menos lamentáveis: foi num Sábado, dia 14 de Junho de 1578, e preparava-se a partida das tropas portuguesas para Alcácer Quibir. Transcrevo, a partir da edição de António Sérgio, um excerto de um relato da época, de alguém que viu a mariquice toda (modernizei a ortografia):

Neste Sábado, a 14 de Junho, foi el-Rei dos paços da Ribeira à Sé a benzer a bandeira real. Tanto que amanheceu, começaram a correr os fidalgos para o acompanharem: e parece que à porfia trabalharam por ir cada um mais galante e custoso. Coisa que espantou muitas gentes, ver como iam ricamente vestidos; porque, se a matéria dos vestidos era rica, a obra, feitios e invenções de mais rica sobejava: porque tudo era brocado, tela de ouro e prata, tecidos de seda mui custosos. Os veludos, damascos, todas as mais sedas perderam sua valia, e se alguma tinham era pelos muitos passamanes, rendilhas, espiguilhas, torchados e alamares de ouro, que lhe punham; mas tudo isto era de pouco gasto em comparação dos feitios, que estes destruíram os homens.

Além disto, foi espanto ver a muita pedraria que neste dia saiu; os botões de ouro, as tranças dos chapéus cheias de rubis, diamantes, esmeralda de preço infinito, entresachadas a compasso umas com as outras; os camafeus, medalhas, estampas de feitio singular; as cadeias de ouro grossíssimas aos pescoços, de dez e doze voltas, as couras borladas de ouro com botões de ouro, cristal, pedras, e demais pedraria; os gibões e coletes sobre telilha de ouro, com invenção de corte pique pesponto maravilhoso; os capotes de damasco, setim, chamalote de seda bandados com barras de veludo e torçais de ouro.

(...)

Nem era menos para ver como os fidalgos vestiram todos sua gente, uns de grã, outros de raxa de mescla de tamete, e isto assim a escudeiros e pajens como a lacaios e escravos, cada um de sua libré de suas cores; e alguns os vestiram de calças e gibões de seda da cor da sua librea, com meias de agulha, de seda.

Enfim foram os fidalgos esperar a el-Rei à sala, e de aí desceram com ele até cavalgar. Estava a este tempo o Terreiro do Paço, que é um espaço grande, muito cheio de gente, que não havia poder andar; e além disso era para ver estarem as libreas de dez em dez homens pegando nos cavalos de seus senhores, de cores diferentes todos, com muitas plumas aos pescoços, com borlas de ouro e seda, que faziam o campo esmaltado de diversas boninas.

Anónimo, Relação da jornada.
Edição de António Sérgio (1924), pp. 45-46

Aposto que hoje também vai estar o campo esmaltado de diversas boninas, em Lisboa.

quinta-feira, junho 18, 2009

It's the teeth, stupid!

Diz que a transferência do Cissokho para o Milan sofreu uma interrupção voluntária, devido a problemas dentários. Sendo por todos conhecida a importância basilar dos dentes no futebol moderno, sobretudo em lances defensivos, não se compreende como é que o FCP permitiu uma situação destas no seu plantel, na época 08/09.

Bedtime story


«That ideal reader suffering from an ideal insomnia
James Joyce

Na foto: o meu afilhado Eduardo, no seu primeiro Bloomsday, 3 meses e 1 dia após o seu nascimento.

terça-feira, junho 16, 2009

Bloomsday '09 . a minha edição

Jimmy Joyced


É aqui que eu vou comemorar o meu Bloomsday.

Bloomsday '09


Happy. Happier then. Snug little room that was with the red wallpaper, Dockrell’s, one and ninepence a dozen. Milly’s tubbing night. American soap I bought: elderflower. Cosy smell of her bathwater. Funny she looked soaped all over. Shapely too. Now photography. Poor papa’s daguerreotype atelier he told me of. Hereditary tast.

Ulysses. Bodley Head, 1966. Página 196.

segunda-feira, junho 15, 2009

Vlad: a saga continua

O Manuel (a caminho dos 3 anos) estava a chorar quando o fui buscar à creche. A educadora disse-me que o Vlad o tinha mordido de novo. E apontava, penalizada, as marcas da dentadura do menino Vlad. Eu voltei a dizer algo como "está-lhe no sangue, e pelo menos desta vez aparou os caninos", e a educadora voltou a não perceber a fina alusão cultural, e despejou-me um sorriso comiserado. Vou deixar-me de piadas intelectuais, é o que é.

sábado, junho 13, 2009

Futebol

Passei parte da tarde a jogar à bola. Isto seria uma actividade muito máscula, não fosse a bola ser cor de rosa com Minnies e Margaridas.

quinta-feira, junho 11, 2009

O Corpo de Deus de 1647 . 01

O dia de Corpo de Deus, feriado móvel cristão neste país laico, foi hoje. Ter-me-ia passado ao lado, não fosse ter notado as lojas fechadas. No ano de 1647, em Lisboa, o dia de Corpo de Deus teve todos os condimentos para ser muito mais animado.

Passavam menos de 7 anos da revolta que pôs fim à união dinástica que juntou os reinos de Portugal e Castela em 1580, e a guerra contra Filipe IV fazia-se no campo de batalha, mas sobretudo, nesta década de 40, no campo diplomático. Importava sobretudo aos Braganças ter o reconhecimento da Santa Sé, que, ontem como hoje, preferia jogar pelo seguro, de preferência alinhando com o lado mais forte. E o lado mais forte era, sem dúvida, Castela, ainda que acossada em várias frentes, no contexto da Guerra dos 30 Anos - sem a qual, como reconhecia Vieira logo em 1642, a Restauração seria impossível (1). Interessava, pois, ao partido português qualquer pretexto que deslustrasse a ortodoxia do Rei Católico.

A ocasião apresentou-se, alegadamente, no dia 20 de Junho de 1647, dia de Corpo de Deus. O rei D. João IV ia na procissão, que percorria a actual baixa pombalina, e passava ali mais ou menos onde é hoje a Rua dos Fanqueiros. A procissão deve ter sido bonita. As procissões costumam ser bonitas, sobretudo as barrocas. Mas aparentemente foi apenas mais uma procissão, ainda que barroca. Não foi senão em Julho que se revelou que por pouco não entrou essa procissão do Corpo de Deus de 1647 para a História, pelas piores razões.

A história, inexplicavelmente ignorada pela historiografia do século XX, mas que no século XIX ainda era tão conhecida que Camilo lhe dedicou um romance com duas sequelas (2), conta-se rapidamente. Domingos Leite Pereira, alegadamente a soldo de Filipe IV, ter-se-ia emboscado numas casas, cujas paredes derrubou para ficar com vista para os dois lados da rua, ali para a zona da actual Rua dos Fanqueiros. Não é que lhe interessasse ter uma boa vista por causa da beleza da procissão. Armado de uma escopeta, cujas balas tinham sido banhadas em veneno, o seu objectivo era, ao que parece, atingir D. João IV, de modo a acabar com a rebelião portuguesa, e fazer regressar a coroa de Portugal aos domínios dos Áustrias de Madrid. Não chegou, porém, sequer a disparar. Terá dito, nos interrogatórios a que poucos meses depois foi sujeito, que a visão de uma majestade divina sobre o rei lhe tinha paralisado os membros, e que tinha gritado louvores ao Bragança. Que nem ginjas, para a propaganda do Quinto Império.

Domingos Leite Pereira terá então fugido para Madrid, onde alegadamente terá prometido a Filipe IV que tentaria de novo - e aqui não bate a bota com a perdigota: então se a criatura viu a tal majestade divina sobre o rei e lhe entoou louvores, então porque raio resolve que afinal vai tentar matar o homem de novo, o tal a quem entoou louvores e que viu ser protegido pelo seu Deus? Bom, mas é assim que reza a crónica oficial, e quem sou eu para contrariar Frei Francisco Brandão. (o Camilo arranjou uma versão muito melhor, mas o Camilo é o Camilo, eu sou eu).

Seja como for, em finais de Julho de 1647 Domingos Leite Pereira está de novo em Portugal, alegadamente para tentar matar D. João IV, outra vez. A tentativa não passa disso mesmo. Traído pelo companheiro, Roque da Cunha, é preso no dia 31 de Julho de 1647. Parece que confessou logo tudo, inclusive a história da majestade divina, que tão bem aproveitada seria pela propaganda do Quinto Império. Foram encontradas no lugar do crime que não aconteceu a escopeta e as balas embebidas em veneno. O que é muito conveniente, e revelador de que o moço era bastante distraído. Como a justiça naqueles tempos era célere, talvez demasiado célere, foi executado com requintes de crueldade no dia 21 de Agosto de 1647, apenas 2 meses depois do crime que não chegou a cometer.

Os teóricos do Quinto Império não perderam tempo, vendo na tal visão da majestade divina sobre D. João IV um sinal da preferência de Deus pelo partido português. De resto achavam já desde há muito tempo muitas evidências disso, e até pessoas seriíssimas como o Padre António Vieira escreveram longamente sobre o assunto (3).

Mas isto caiu que nem ginjas também para a guerra diplomática que se travava na Santa Sé, tendo em vista o reconhecimento do Duque de Bragança como novo e legítimo rei de Portugal (o que só veio a acontecer já depois da paz com Espanha de 1668). Uns mais entusiásticos, outros mais racionais, todos os textos portugueses contemporâneos insistiram num ponto essencial: o Rei Católico, ao ter ordenado o assassínio em plena procissão do Corpo de Deus, cometia sacrilégio. Por outro lado, D. João IV, tendo escapado, protegido na procissão por intervenção divina, como o próprio regicida frustrado teria admitido nos interrogatórios, revelara ter Deus do seu lado. Assim, apenas restava à Santa Sé deixar-se de coisas, e dignar-se receber os embaixadores portugueses, prover os bispados, e assim reconhecer de facto a nova dinastia reinante em Lisboa. A Santa Sé, porém, não se comoveu com tanta conveniência junta, e só veio a reconhecer os Braganças três décadas depois de 1º de Dezembro.


A crónica oficial do acontecimento saiu logo em 1647, e é uma delícia propagandística. Recomendo vivamente os passos em discurso directo, sobretudo os atribuídos a D. João IV.

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(1) "Se Portugal se levantara enquanto Castela estava vitoriosa, ou, quando menos, enquanto estava pacífica, segundo o miserável estado em que nos tinham posto, era a empresa mui arriscada. eram os dias críticos e perigosos; mas como a Providência Divina cuidava tão particularmente de nosso bem, por isso ordenou que se dilatasse nossa restauração tanto tempo, e que se esperasse a ocasião oportuna do ano de quarenta, em que Castela estava tão embaraçada com inimigos, tão apertada com guerras de dentro e de fora; para que, na diversão de suas impossibilidades, se lograsse mais segura a nossa resolução. Dilatou-se o remédio, mas segurou-se o perigo. Quando os Filisteus se quiseram levantar contra Sansão, aguardaram a que Dalila lhe tivesse presas e atadas as mãos, e então deram sobre ele. Assim o fizeram os Portugueses bem advertidos. Aguardaram a que Catalunha atasse as mãos ao Sansão que os oprimia, e como o tiveram assim embaraçado e preso. então se levantaram contra ele tão oportuna como venturosamente." Padre António Vieira, Sermão dos Bons Anos, Janeiro de 1642.

(2) "O regicida", "A filha do regicida", "A caveira da mártir". Embora só o primeiro diga respeito ao não-acontecimento de 20 de Junho de 1647, os dois últimos dependem dele na sua construção.

(3) De resto o nosso actual Presidente da República, que já nos exortou a todos a seguir as recomendações do Padre António Vieira na História do Futuro, parece querer continuar a segurar a chama do Quinto Império, e não na sua versão inócua e muito incompleta, que é a mais conhecida: como as recomendações de Vieira vão no sentido de reconhecer que os portugueses são o novo povo eleito de Deus e que deverão esmagar os espanhóis, eu espera francamente que o Presidente nunca tenha lido o livro e que se tenha limitado a regurgitar o que algum assessor lhe passou para as mãos.

quarta-feira, junho 10, 2009

Começar bem o dia . 16

Y así como uno tuviera injusta vanidad de haber nacido falto de una vista, de un pie tullido, o árido de un brazo, así es injustísimo lo que de sí presumen algunos, leyendo mal y escribiendo peor.

D. Francisco Manuel de Melo, Cartas familiares.
Carta 35, Dezembro de 1639

domingo, junho 07, 2009

Europeias 04

A sondagem da SIC para as legislativas confirma o que escrevi logo no início da noite. Se fossem legislativas, os resultados da noite teriam sido muito diferentes, e só por ingenuidade se pode achar que, em condições normais, o PS não vence com relativa facilidade as eleições do Outono.

Europeias 03

Além da boa notícia da manutenção da Manuela, há ainda a registar a derrota da parvalhona da Laurinda Alves, que não foi eleita.

Europeias 02

A eventual vitória tangencial do PSD permite, por outro lado, conservar a Manuela na liderança, além de agitar à esquerda o fantasma do regresso do PSD ao poder, o que são boas notícias para todos os apoiantes do PS.

Europeias 01

As primeiras projecções das eleições europeias apontam para um resultado muito próximo entre PS e PSD. Como seria de esperar, e como previam todas as sondagens. Ainda que naturalmente preferisse uma vitória do PS, e por boa margem, não deixa de ser interessante verificar que, mesmo com um mau candidato que debitava à média de uma gaffe por dia, mesmo sofrendo o desgaste normal de mais de 4 anos de governo, mesmo sofrendo o tradicional voto de protesto em eleições europeias, canalizado sobretudo para o BE e que regressará em grande parte, não deixa de ser interessante verificar que se eventualmente o PS perder estas eleições, será por uma margem muito reduzida, que em nada beliscará a convicção de que, se não acontecer nada de extraordinário até lá, o PS vencerá com maior ou menor dificuldade as eleições gerais de Outubro.

Por outro lado, o PSD, confirmando-se a vitória tangencial, sobe apenas ligeiramente em relação às legislativas de 2005, não capitalizando o voto de protesto contra o governo, que foi para a esquerda.

Da democracia



Direito, de resto, negado e esmagado nos países que o seu partido, que almeja a ditadura do proletariado, toma ou tomou como modelo. A não ser que, à semelhança do seu correlegionário Bernardino Soares, considere a Coreia do Norte uma democracia.

quinta-feira, junho 04, 2009

Parkinson?

4 minutos? Mas havia algum problema com a caneta? Ou é algum problema do sistema nervoso central? Definitivamente há um problema com as assinaturas no porto. Embora as melhorias sejam notórias.

quarta-feira, junho 03, 2009

uf

Ao passar hoje pelo estádio de Alvalade achei aquilo muito mal frequentado, com muito mau aspecto, assim uma gente desgrenhada comunicando por monossílabos e gesticulações exageradas. Quando já pensava que me tinha enganado e estava perto do estádio da Luz e que havia lá jogo, lembrei-me de que hoje era o concerto de AC/DC. Uf. Por momentos...

segunda-feira, junho 01, 2009

Lidos . 01


«C'est pourquoi le parc est peuplé d'hommes qui se suicident et de danseurs qui tombent. C'est ainsi que le marquis de Fronteira tira vengeance de la vengeance de Madame d'Oeiras. C'est pourquoi les animaux sur les azulejos ont pris le visage des hommes. C'est pourquoi au coin des fresques, à l'angle de ces murs, on voit des figures accroupies qui relèvent leur jupe et excrètent dans l'ombre»