Num país normal, Jardim há muito teria sido demitido e reformado compulsivamente, tais têm sido os dislates, as incontinências verbais, a chantagem, o insulto.
domingo, fevereiro 25, 2007
domingo, fevereiro 11, 2007
Aposta ganha
No futebol costuma-se dizer que, se uma equipa ganha o jogo, então o treinador é felicitado por determinada táctica. Se por um acaso perder, então essa mesma táctica é arrasada por adeptos e imprensa. Sócrates não era obrigado a submeter a sua proposta de despenalização do aborto a referendo. Tinha legitimidade legal e política para propor a alteração no parlamento, onde tinha a garantia de uma aprovação por maioria esmagadora. Era o que o PCP defendia. Mas o que o PCP nunca entendeu é que os movimentos do "não" nunca deixariam passar em branco esta manobra legalíssima, e que a nova lei ficaria maculada inevitavelmente logo à nascença. Pelo contrário, a opção referendária (que não era legalmente obrigatória, recorde-se) permite calar os "nãos" radicais, por um lado, e a legitimação da legislação proposta, por outro. Sócrates apostou tudo, e ganhou. Ganhámos todos.
Margaritas ante porcos
Ainda não se sabe o resultado do referendo, são agora 19:00, mas já se sabe que a abstenção anda por volta dos 60%. Portanto, o portuga típico, que passa a vida em declarações proto-fascistas do tipo "eles são todos iguais", "eles querem é poleiro", responde desta forma quando lhe é dada a oportunidade de escolher, sem ser por intermédio desses "malandros": está-se nas tintas, não quer saber, os outros que decidam. É este o povo que temos. Eu? Eu fui votar, como qualquer pessoa bem formada e civilizada.
P.S.: o que quer dizer o título deste texto? Eu acho que qualquer pessoa sabe, mas pronto, para terem a certeza: "... pérolas a porcos".
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
Não fiques em casa!
SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Todas as sondagens apontam para uma vitória folgada do SIM, no referendo de Domingo. Mas nós já vimos este filme, e não podemos portanto fiar-nos em sondagens. Sondagens não ganham eleições: é um lugar-comum, mas não deixa de ser uma verdade incontornável. Não podemos nós, que somos contra a penalização das mulheres que se vêem obrigadas a abortar, ficar em casa, fiados de que os outros vão resolver por nós. É que até podem resolver, mas não necessariamente como queremos. Todos às urnas, todos pelo SIM!
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
преступление без наказания (Crime sem castigo)
A última dos apoiantes do "não" é que se deve alterar a lei de modo a que a mulher que aborta não seja penalizada. Isto é, que seja crime, mas sem ser punido. Portanto, pode-se fazer, porque não há penalização. Por isso votam contra uma proposta que pretende despenalizar a mulher que faça um aborto, e por isso hostilizam o SIM, que quer que acabem os julgamentos de mulheres que abortam. Espera lá que agora fiquei baralhado. Alguém me pode explicar assim como se eu tivesse 5 anos?
Subscrever:
Mensagens (Atom)