Vi hoje Durão Barroso, rebaptizado José Manuel Barroso, na SIC-Notícias exibir as traduções da Ilíada, Arte de Amar e Satíricon, todas editadas pela Cotovia. Disse que a Europa não pode esquecer as suas raízes clássicas, e outras opiniões bastante acertadas. Foi aqui que comecei a ficar duplamente preocupado. Primeiro porque concordei com tudo o que ele disse. Depois porque este não pode ser o mesmo homem que assinou a actual reforma do Ensino Secundário, o homem que assassinou por interposta pessoa (David Justino) o Grego e feriu de morte o Latim. Não pode ser a mesma pessoa. Fiquei na esperança de ter ouvido mal, e mandei um SMS à professora (e querida amiga) Cristina Pimentel, que ouviu o mesmo. Ele disse mesmo aquelas coisas, sem corar, sem lhe pesar na consciência ter praticamente liquidado o ensino em Portugal dessas raízes clássicas que tanto louva.
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