quinta-feira, janeiro 31, 2008

FNAC? Não obrigado.

Cometi o erro de mandar vir um DVD via net, da FNAC portuguesa. Já uma vez tinha mandado vir um livro, por isso deveria estar prevenido. Mas resolvi dar-lhes uma segunda oportunidade. Em vão. As encomendas continuam a demorar cerca de uma semana a chegar, entre a feitura da encomenda e a sua recepção. Habituado à celeridade da Amazon.co.uk, que me entrega as encomendas em 3 ou 4 dias, não volto a cair no mesmo erro. A partir de agora, encomendas da FNAC só em desespero de causa. Ah, e nem sequer coloco a hipótese de mandar vir livros do estrangeiro via FNAC: ignorando evoluções e invenções como o comboio ou os automóveis e as estradas de asfalto, a FNAC portuguesa continua a mandar vir as encomendas via correio a cavalo, e a fazer a sua entrega em carroças puxadas por mulas por caminhos de cabras. Só assim se justifica os meses que uma encomenda demora a chegar...

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Cloverfield

Matt Reeves

Nunca tinha ouvido falar deste filme, e é com surpresa que descubro que tem sido um "hipe" cibernético nos últimos tempos. Mais: quando entrei na sala não fazia ideia do que me esperava. Escolhi este porque não me apetecia ver nenhum dos outros. Ainda bem que nunca tinha ouvido falar dele. Se soubesse à partida que se tratava de um filme-catástrofe, com um monstro a destruir (outra vez) Nova Iorque, o mais provável é que tivesse voltado para casa resmungando um "já não há pachorra".

Cloverfield é, no entanto, um filme excelente. Quem vai à espera de um Godzilla revisitado, desengane-se - e havia umas pessoas muito decepcionadas, atrás de mim, provavelmente mais habituadas a ver coisas menos exigentes. A câmera não pára. É uma câmera de mão. Uma festa de despedida. E de repente a electricidade falha e começam a cair prédios e pedaços da Estátua da Liberdade. Atentado? Sismo?

Depois é mais de uma hora de angústia e incerteza. O que é aquilo? De onde veio? E depois acaba-se a fita da cassete de vídeo.

Imperdível.

sábado, janeiro 19, 2008

Rins fritos



A minha irmã acha que eu não devia deixar a minha sobrinha ler Edgar Allan Poe. Eu ainda me tentei defender, alegando que entre Poe e Joyce, a sua primeira escolha, me tinha parecido mais apropriado à idade o primeiro. Mas a minha irmã mostrou-se irredutível, afirmando que agora já entendia porque raio a miúda tinha tentado emparedar o irmão, e que mal por mal preferia que ela ganhasse a mania de comer rins fritos.

sábado, janeiro 05, 2008

A mãe e o pai


A minha sobrinha, de 2 anos, afirma sem hesitar que este fresco de Pompeios (*), de que tenho uma reprodução no meu escritório, representa a mãe e o pai. Como classicista fico comovido e feliz: tão nova já reconhece os nossos pais.

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(*) Pompeia é um galicismo incorrecto.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Dakar

O cancelamento do Dakar 2008 é uma vitória retumbante do terrorismo internacional, e uma derrota vergonhosa da liberdade e da democracia. Cedendo à ameaça, a organização abriu, além disso, uma caixa de Pandora de consequências imprevisíveis. Qual será o próximo grande evento a ser cancelado por causa de uma ameaça terrorista? Jogos Olímpicos? Europeu de Futebol?

Note-se que não há, nesta minha posição, qualquer parti pris. Acho o automobilismo execrável, e acho que é um alívio ver-me livre dos entediantes "resumos do dia", que bem podiam ser imagens de arquivo, para mim aquilo é sempre igual.

A propósito, alguém me explica porque é que se diz que este seria o 30º Dakar? Ora bem, ou a minha matemática já não é o que era, ou há aqui algum dado que me está a falhar: se a primeira edição foi em 1979 e nós estamos em 2008, é fazer as contas. 2008 - 1979 = 29. Não me enganei pois não? Ou falta aqui algum dado? Como disse não tenho pachorra para marmanjos a acelerar carros badalhocos, não sou muito entendido no assunto.

O sabor da cereja

طعم گيلاس
(Ta'm-e gilas)
Abbas Kiarostami

Badii quer morrer, e sabe como fazê-lo: tranquilizantes. Tem até uma sepultura cavada, à sombra de uma cerejeira, onde se deitará enquanto os tranquilizantes fazem efeito. Só há uma dificuldade: contratar alguém que o enterre. Um filme sobre solidão e desespero. Mais uma pérola de Kiarostami.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Elephant

Gus Van Sant

Elephant é mais uma pequena maravilha com que Gus Van Sant nos presenteia. Um murro no estômago, onde a violência é estética e a morte é limpa e rápida, como num jogo de computador.

Primeiro Ministro entre 1985 e 1995



O senhor Cavaco manifesta-se preocupado com a disparidade existente entre os salários dos gestores e os dos seus empregados. Só lhe fica bem este tipo de preocupações. Mas é pena ter-se estado nas tintas para o problema, agravando-o até, nos 10 anos 10 em que foi chefe do Governo.

http://dn.sapo.pt/2008/01/02/nacional/presidente_critica_altos_salarios_ge.html

terça-feira, janeiro 01, 2008

duh...

Ir passar férias para um país africano em altura de eleições é de uma estupidez confrangedora. Embora não tanto como ir passar férias para as Caraíbas na época dos furacões, concedo.

Gerry

Gerry
Gus Van Sant


Há filmes que marcam uma vida. Gerry é, para mim, um deles. De Gus Van Sant já tinha visto outras pequenas pérolas, como Mala Noche, ou My Own Private Idaho. Apesar disso, Gerry conseguiu surpreender-me. Planos longos longos, quase ausência de diálogo, banda sonora fabulosa. Um filme opressivo e angustiante. Dois rapazes perdidos no deserto. A rever. Talvez ainda hoje.