
quinta-feira, junho 26, 2008
A dama de pau

quarta-feira, junho 25, 2008
Xixis

terça-feira, junho 24, 2008
Sit terra tibi leuis
Conta o Público que um guarda israelita se suicidou quando Sarkozy e a sua mulher subiam para o avião, depois de uma visita a Israel. Eu também não sei se me aguentaria, depois de aturar o casal mais piroso e insuportável da política internacional.
domingo, junho 22, 2008
ما شاء الله

sábado, junho 21, 2008
Ensaio sobre a incompetência

Quanto pensava que já tinha visto de tudo no que respeita à inventiva de alguns tradutores portugueses, eis que me deparo com esta pérola que é o título "Ensaio sobre o ciúme" para a espantosa "Sonata Kreutzer", de Lev Tolstói (rebaptizado Leon, nesta tradução...). A coisa é editada pela "Coisas de Ler", e não vi quem traduzia.
A obra, recorde-se, é intitulada "Крейцерова соната" (Kreitserova sonata), no original russo. Não há dúvidas, não há ambiguidades. "Sonata Kreutzer". Limpinho. Apesar disso, o(a) tradutor(a) resolveu ignorar o título original e pelo qual é conhecida em todo o mundo, e inventou um "Ensaio sobre o ciúme" que é a sua interpretação pessoal do conteúdo da obra. Eu gostava de saber o que acharia o(a) tradutor(a) se, seguindo o seu exemplo, aparecesse agora uma tradução francesa de "Os Maias" intitulada "Essai sur l'Inceste". Absurdo, não? Idiota, não? Não menos do que chamar à fabulosa "Sonata Kreutzer" "Ensaio sobre o ciúme".
Há outro pormenor significativo e revelador do calibre desta edição: na ficha técnica, diz-se que o título original é "The Kreutzer sonata". Das duas uma, ou foi descoberta alguma versão inglesa escrita pelo próprio punho de Tolstói, ou então trata-se de uma pateta (mais do que patética) confissão do tradutor e/ou do editor de que, ao contrário do que manda o bom senso, a qualidade e o respeito pelos leitores, esta tradução é em segunda mão. Se uma tradução é, à partida, uma versão imperfeita do original, uma tradução de uma tradução é como uma fotocópia de uma fotocópia: acentuam-se os inevitáveis erros, afasta-se irremediavelmente do original.
Não desespere, porém, quem ainda não leu esta obra extraordinária, e, como eu, tem a desdita de não saber russo. Além de traduções inglesas de grande qualidade e quase de graça, feitas sobre o original russo e respeitando-lhe o título, há a tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra, obviamente directa do russo, na Relógio d'Água. Parece-me já ter visto por aí uma tradução do António Pescada, mas não posso garantir. A Guimarães também tem uma tradução respeitando o título, talvez seja a do Pescada.
Desorientações
Enquanto beberricava ontem o meu chá matinal, no café aqui do prédio, deixei cair inadvertidamente os olhos sobre a manchete do Correio da Manhã. Escarrapachava que as "visitas íntimas" homossexuais passariam a ser permitidas nas prisões portuguesas. A ILGA veio logo toda contente aprovar a medida. Eu também aprovo, como é evidente. Mas não deixo de lamentar que tenha de haver uma lei para isto. Numa sociedade normal a lei das "visítas íntimas" não teria de explicitar a orientação sexual das pessoas. O problema parte daí. Se não o fizesse, não seria necessário vir esta nova legislação. Mas nós ainda vivemos, infelizmente, numa sociedade obcecada pela orientação sexual. E isto tanto é válido para os legisladores como as as associações do género da ILGA.
A notícia vem referida também no Público.
A notícia vem referida também no Público.
Estabilização
De cada vez que fazia este teste, ao longo dos anos, ia-me chegando mais à esquerda. Agora, e quando caminho a passos largos para os 40, parece que estabilizei. Não sei é se isso é bom ou se é mau.
terça-feira, junho 17, 2008
İkinci Viyana Kuşatması
Na sequência da sensacional vitória turca sobre os checos, o jogo que mais me alegrou neste europeu, um adepto turco eufórico gritava "agora vamos até Viena". Não deixaria de ser uma divertida ironia da História.
segunda-feira, junho 16, 2008
Bloomsday
quinta-feira, junho 12, 2008
Só se for para os seus
«Citando padre António Vieira, o Presidente desafiou ainda: "saibamos nós, os portugueses de hoje, honrar a sua memória e acreditar, como ele acreditou, nessa História do Futuro, a História que desejamos para os nossos filhos".»
Notícia tirada daqui.
Como eu suponho que o sr. Cavaco leu a História do Futuro, suponho também que, como Vieira defende nesse texto, o sr. Cavaco acha que Portugal é uma nação superior eleita e protegida por Deus, a quem está destinado o domínio sobre todas as outras nações, liderando o mundo cristão contra o Islão. Não é essa a História que eu desejo para os nossos filhos. Porque eu não acredito em impérios, e prezo demasiado a tolerância e a convivência inter-cultural. É que como o sr. Cavaco devia saber (não é assim tão transcendente), a História do Futuro tem um contexto histórico muito preciso, dificilmente exportável, pelo menos por pessoas de bem, para fora do século em que foi escrita. A não ser que o sr. Cavaco não tenha lido, e que se tenha limitado a arrotar umas postinhas de pescada sussurradas por algum assessor que ou é alucinado ou também não leu, e nesse caso trata-se de uma tremenda, escandalosa desonestidade intelectual.
Já agora, e embora não venha na História do Futuro, fica aqui uma citaçãozinha de Vieira, na corrente do que escreveu na História do Futuro.
«Em Espanha verá o rei de Portugal ressuscitado, e Castela vencida e dominada pelos portugueses. Em Itália verá o Turco barbaramente vitorioso, e depois desbaratado e posto em fugida. Em Europa verá universal suspensão de armas entre todos os príncipes cristãos, católicos e não católicos; verá ferver o mar e a terra em exércitos e em armadas contra o inimigo comum. Na África e na Ásia, e em parte da mesma Europa, verá o Império Otomano acabado, e El-Rei de Portugal adorado Imperador de Constantinopla. Finalmente, com assombro de todas as gentes, verá aparecidas de repente as dez tribos de Israel, que há mais de dois mil anos desapareceram, reconhecendo por seu Deus e seu senhor Jesus Cristo, em cuja morte não tiveram parte.»
Padre António Vieira, Carta ao padre André Fernandes,
29 de Abril de 1659
Edição de J. Lúcio de Azevedo, INCM
29 de Abril de 1659
Edição de J. Lúcio de Azevedo, INCM
quarta-feira, junho 04, 2008
Subscrever:
Mensagens (Atom)