A Restauração dera-se em 1 de Dezembro de 1640. Estamos em 1653, e o Papa Inocêncio X, tal como o seu antecessor, Urbano VIII (e como o seu sucessor, Alexandre VII...), continua firme na sua recusa em reconhecer o novo rei de Portugal. A recusa, motivada sobretudo pelo receio de represálias por parte da poderosíssima Espanha, traduz-se quer em não receber os embaixadores que D. João IV lhe envia para manifestar a sua obediência, quer sobretudo em não prover de Bispos as Sés portuguesas. É neste contexto que surgem os Balidos das Igrejas de Portugal ao Supremo Pastor Summo Pontifice Romano... (Paris, 1653), onde se explanam as teses portuguesas sobre o assunto, e se implora ao Papa a resolução do problema. O passo transcrito leva a ortografia modernizada, excepto nos casos em que o original reflecte a pronúncia da época.
9. Arribar da viagem só pela inspecção das selagens não sucede ao Piloto de experiência. Os ameaços de algũa paixão não devem atemorizar a Nau de São Pedro, a fim de que se não dirija às importantes resoluções. Pode flutuar nas maiores ondas, mas não se pode perder nas tempestades humanas.
Balidos das Igrejas de Portugal ao Supremo Pastor Summo Pontifice Romano. Pellos tres Estados do Reyno, Paris, 1653
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