Quatro deliciosas curtas metragens de Kiarostami:
- نان و کوچه (Nâm va kûtcheh)
- زنگ تفریح (Zang-e Tafrîh)
- دو راه حل برای يک مسئله (Dow Râhehal Barâye yek Massaleh)
- Hamsarayan
No primeiro filme, uma criança procura encontrar um estratagema para passar por uma ruela, controlada por um cão com ar de rufia.
No segundo filme, uma criança sofre castigos na escola e perseguições por parte de outras crianças, e parte sozinha não se sabe para onde.
No terceiro filme, num registo digno de Monty Python (embora não seja, certamente, essa a ideia do autor, duas crianças apresentam duas soluções opostas para resolver um problema: uma delas emprestou um livro à segunda, que o devolve rasgado.
O quarto filme é o meu preferido. Um velhote quase surdo, que precisa de um aparelho auditivo para ouvir. No entanto, a maior parte das vezes, quem sabe para ter um pouco de paz, tem-no de fora da orelha. Vemos o seu passeio pelas ruas da aldeia, até chegar a casa, ora tirando, ora pondo o aparelho, conforme as circunstâncias. Ao chegar a casa, incomodado pelo ruído infernal de umas obras ali perto, retira o aparelho e entretem-se com as suas coisas. Por isso não ouve a campainha, tocada pelas duas netas, meninas dos seus 6 ou 7 anos, que regressam da escola, e que se vêem obrigadas a gritar pelo avô, com a ajuda de uma pequena multidão de colegas de escola que se vai juntando: um coro de vozes infantis, que consegue por fim penetrar o mundo de silêncio do velhote. Uma delícia.