segunda-feira, dezembro 31, 2007

Quatro curtas de Kiarostami

Fotograma de Zang-e Tafrîh.

Quatro deliciosas curtas metragens de Kiarostami:


No primeiro filme, uma criança procura encontrar um estratagema para passar por uma ruela, controlada por um cão com ar de rufia.

No segundo filme, uma criança sofre castigos na escola e perseguições por parte de outras crianças, e parte sozinha não se sabe para onde.

No terceiro filme, num registo digno de Monty Python (embora não seja, certamente, essa a ideia do autor, duas crianças apresentam duas soluções opostas para resolver um problema: uma delas emprestou um livro à segunda, que o devolve rasgado.

O quarto filme é o meu preferido. Um velhote quase surdo, que precisa de um aparelho auditivo para ouvir. No entanto, a maior parte das vezes, quem sabe para ter um pouco de paz, tem-no de fora da orelha. Vemos o seu passeio pelas ruas da aldeia, até chegar a casa, ora tirando, ora pondo o aparelho, conforme as circunstâncias. Ao chegar a casa, incomodado pelo ruído infernal de umas obras ali perto, retira o aparelho e entretem-se com as suas coisas. Por isso não ouve a campainha, tocada pelas duas netas, meninas dos seus 6 ou 7 anos, que regressam da escola, e que se vêem obrigadas a gritar pelo avô, com a ajuda de uma pequena multidão de colegas de escola que se vai juntando: um coro de vozes infantis, que consegue por fim penetrar o mundo de silêncio do velhote. Uma delícia.

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