sexta-feira, setembro 05, 2008

Uma questão de rapidez


Uso Linux desde meados dos anos 90, primeiro num computador com arranque duplo (escolhia se queria Linux ou Windows), mais tarde apenas com Linux. Deixei de usar Windows durante muitos anos, até começar a ouvir maravilhas do XP e do Vista. Assim, no portátil que comprei no ano passado mantive o Vista, com Linux em alternativa. Rapidamente me desiludi com o caos do menu iniciar, feito a pensar em iniciados, não em utilizadores comuns. Depois vieram as habituais quebras, as falhas, e toda uma procissão de maleitas informáticas, tão típicas do Windows, e que só quem está habituado à eficiência de outros sistemas nota como inadmissíveis. Quando me vê a lutar em desespero com o seu Windows XP, a minha mãe diz "mas isso é normal", e eu não consigo convencê-la de que não é. Afinal ela sempre viu as coisas assim. É como dizer a uma pessoa que só visse a preto e branco que o mundo a cores é muito melhor. Mas isto são contas de outro rosário, e eu há muito deixei de ser proselitista no que respeita a sistemas operativos. Fiquem lá com o vosso lixo microsoft, see if I care.

Hoje, no entanto, apeteceu-me fazer uma experiência. É consensual que o Linux é mais seguro do que o Windows, toda a gente sabe que aquela lenda urbana de ser muito complicado é menos credível do que o monstro de Loch Ness, e o mito de ser difícil de instalar baseia-se não sei muito bem em quê, pois sempre foi mais simples de instalar do que o Windows - sobretudo agora, em que as distribuições mais populares se instalam rapidamente sem "reboots" e com 3 ou 4 cliques de rato. Faltava-me, porém, ter dados sobre a rapidez. Sempre me pareceu que o Windows era como um elefante centenário com artroses, em termos de rapidez e agilidade, mas sempre admiti que fosse por preconceito. Por isso hoje de cronómetro em punho resolvi fazer contas.

A experiência foi feita no meu portátil com processador Intel Core Duo a 2GHz, memória de 1G. De um lado Windows Vista, do outro Linux Ubuntu 8.04. Resolvi cronometrar apenas as acções comparáveis:
  1. arranque, desde que se carrega no botão de ligação até o indicador de actividade de disco ficar inactivo;
  2. tempo que demora a desligar;
  3. abertura do Firefox (a mesma versão em ambos os sistemas);
  4. abertura do OpenOffice Writer (a mesma versão em ambos os sistemas).
Os resultados confirmaram de forma eloquente as minhas suspeitas:
  1. O Windows demorou, sem introdução de login nem password, 2:58 minutos até o indicador de actividade do disco parar, e 1:20 minutos até a actividade ficar reduzida a ponto de conseguir abrir um programa. O Linux Ubuntu demorou incluindo introdução de login e password 1:03 até o indicador de actividade parar por completo. Vitória do Linux por knock out.
  2. O Windows demorou 32 segundos a desligar o computador. O Linux Ubuntu demorou 12 segundos. Vitória do Linux por abada das antigas.
  3. O Windows demorou 10 segundos a abrir o Firefox. O Linux Ubuntu demorou 2 segundos. Vitória do Linux por goleada.
  4. O Windows demorou 12 segundos a abrir o OpenOffice Writer. O Linux Ubuntu demorou 1 segundo. Vitória do Linux por humilhação.
Portanto no ponto 1 o Linux demorou quase 1/3 do tempo a efectuar a mesma tarefa. No ponto 2, o Linux demorou igualmente quase 1/3 do tempo a efectuar a mesmíssima coisa. No ponto 3 o Linux demorou 1/5 do tempo a efectuar rigorosamente a mesma coisa. No ponto 4 o Linux demorou 1/12 (!) do tempo a fazer precisamente a mesma coisa.

Por isso fiquei cá a pensar: se faz a mesma coisa em muito, mas mesmo muito mesmo tempo, se é mais fácil de instalar, se é mais simples de usar, se é mais seguro, se não tem vírus., se é gratuito e livre.. então porque é que o pessoal ainda insiste no Windows?

N.B.: a imagem é do meu computador de secretária, não do portátil, mas para o caso tanto faz.

1 comentário:

Guakjas disse...

De facto eu também tenho Linux e Windows mas utilizo mais o Windows porque conheço pouco Linux...Também não me dei ao trabalho ainda de "pesquisar" pelo Linux

Só mais uma coisa...reparei que andou a ler Sinais de Fogo...
Ando a ler esse livro também :D
Na minha opinião é o melhor romance do Século XX!

Aconselho outro livro que talvez vá gostar: O Delfim de José Cardoso Pires

Abraço

Passe por http://joaobragancan.wordpress.com ;)