terça-feira, maio 05, 2009

45/46


Não é que os tenha excessivamente grandes. Pelo menos quase todos os homens que conheço dizem tê-los pelo menos com o mesmo tamanho. Mas eu começo a achar que é como o velho lugar comum dos pescadores e do tamanho do peixe. Porque sempre que entro numa sapataria ou casa de artigos de desporto, a possibilidade de achar um sapato 45/46 é mais reduzida ainda do que a de o Benfica acabar um campeonato à frente do Sporting, na última década. De vez em quando lá acontece, muito raramente, mas confesso que não me lembro já da última.

Hoje fui a uma daquelas lojas de sapatos que anunciam ter tudo ao mais baixo preço. A ideia era comprar uns ténis (dos sapatos normais há muito desisti, não se fazem para o meu número). Mas nada. O costume. Lá achei, com dificuldade, uns sapatos de marca, obscenamente caros, mas com uma boa promoção. Mas não se pode ter tudo: um mísero 44. Entornei com dificuldade os pés lá dentro, e fiquei assim tipo aquelas chinesas do século passado que enfaixavam os pés para eles ficarem pequeninos. O problema é que eu ando a enfaixar os meus em sapatos de número abaixo do meu há quase 20 anos, e nada de mirrarem.

Há, porém, uma coisa que me continua a fazer imensa confusão: os miúdos de hoje são enormes, normalmente mais altos do que eu, é de supor que tenham pés proporcionais. E eles dizem que têm, mas eu nunca lá fui de régua em punho. E se é verdade, eu gostava muito de saber onde compram sapatos. Porque eu já corri tudo, desde as lojas de marca aos mercados. E para achar, na última década, sapatos que me servissem tive de mandar vir dos EUA, onde pelos vistos há mais gente como eu.

P.S.: lá comprei a porcaria dos ténis; entre esmagar os pés nos ténis velhos, já a ficarem sem sola, e esmagá-los nuns novos, as escolhas não são muitas.

P.P.S.: ainda se a lenda urbana de o tamanho dos pés corresponder ao tamanho de outras secções anatómicas fosse certa, eu nem me queixava muito - mas eu garanto que é embaraçosamente errada.

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