sábado, julho 24, 2010

Da caligraphia

Desabituado a escrever à mão em caracteres latinos mais do que uma ou duas linhas esporadicamente, desde que terminei a licenciatura, em 1993 (as "pedagógicas" e o mestrado já os fiz fingindo apenas que tirava appontamentos, para não offender os professores), a minha caligraphia em caracteres latinos há muito que perdeu o "cali", que a bem dizer nunca foi evidente, e se transformou em cacographia. Assim, no início de cada anno recommendo aos alunos que frequentem aulas de paleographia em simultâneo, de modo a entenderem o que escrevo (passe o euphemismo) no quadro. A caligraphia árabe, pello contrário, merece rasgados elogios de todos os árabes que lhe passam os olhos por cima, e vai melhorando a cada dia.

Por isso, depois de escrever 16 páginas à mão, para a tese, ontem e hoje, estou com três problemas graves. Primo, um calo doloroso no cotovelo direito, de o apoiar na cadeira enquanto escrevo. Secundo, uma vaga mas persistente moinha em todas as articulações da mão e braço direitos. Tertio et praesertim, 16 páginas pintalgadas de traços a lápis, que às vezes se parecem vagamente com lettras latinas, mas que rapidamente descambam para uma linha contínua com arrebiques, ondinhas e pintinhas, que vou ter uma tremenda difficuldade em entender, quando daqui a pouco começar a passá-las para o OpenOffice (eu cá não sou rico nem pyrata, só uso programmas gratuitos).

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