Quando li As Cidades e as Serras a minha simpatia e compreensão recairam desde as primeiras linhas em Jacinto, o homem da cidade. E foi com uma mistura de tristeza e coração atraiçoado que o vi evoluir no sentido da rejeição da vida urbana. A mim o campo põe-me doente. Física, mas sobretudo mentalmente. O isolamento, a apatia, a inanição intelectual. Um horror. Há pouco tempo descobri mais um defeito: a absoluta falta de civismo dos condutores. Estou habituado a conduzir apenas em aglomerados urbanos ou próximo de centros urbanos. Apesar da tradicional falta de consideração do condutor português, que se traduz sobretudo em carros mal estacionados e em segundas filas, vigora apesar de tudo o civismo e um mínimo de educação. Mas quando comecei a conduzir para casa da minha irmã, em pleno Oeste rural, comecei a perceber os números assutadores da sinistralidade rodoviária: excesso de velocidade, ultrapassagens delirantes, total falta de respeito pelas mais elementares regras de segurança, e uma enorme, tremenda má criação. É este o campo português? Minha rica cidade!
1 comentário:
Pois no Alentejo as coisas também não são melhores. Poderei mesmo falar de uma esquizofrenia automobilizada. Contudo, a calma vida que se consegue quando se deixa o carro uma semana inteira na garagem, permite-me mais tempo para as coisas boas da vida.
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