«sentado, meditado ficarás, na poeira que os tiros levantaram, nas ruas devastadas contra o mar; com a sombra da luz a desenhar-te o perfil do perfil, imperceptivel, em vasto chão ardido;
a máquina, metálica, movendo os altos fios do tecto suspendidos sobre os surpresos dedos, não a pena: bebendo, pela tarde, o vinho fresco, o cigarro de sal oferecido pelo moço mais dócil e sombrio;
ameaçando o céu, secreto, rindo talvez para o poente, aonde vibram as lanternas do vento sobre a espuma; à mesa, o mais sereno, acorrentado, imóvel, mas movendo a mão do tempo, ausente, respirando a maresia.»
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