Nas vésperas do 1.º de Dezembro de 1640 o Duque de Bragança está ainda, de acordo com a historiografia da época, indeciso, sem saber se há-de reclamar a Coroa e embarcar na revolução, ou se há-de continuar na pachorra do Paço de Vila Viçosa, de volta da caça e da música. Consulta então a sua mulher, espanhola de todos os costados, da poderosa casa dos Duques de Medina-Sidónia. D. Luísa de Gusmão ter-lhe-á então respondido mais ou menos o que conta D. Luís de Meneses, o Conde da Ericeira, na sua monumental e incontornável História de Portugal Restaurado, começada a publicar nos finais de Seiscentos, e que, precisamente por ser um marco na historiografia portuguesa, permanece esquecida e por reeditar desde os anos 40 do século XX:
D. Luís de Meneses, História de Portugal Restaurado, Vol. I
ed. António Álvaro Dória, Livraria Civilização, Porto, 1945, p. 111
"A Duquesa, que era dotada de entendimento tão claro e ânimo tão varonil, como depois acreditaram largas experiências, ponderando os perigos da sua Casa, sendo objecto do rigor do Conde-Duque, julgou generosamente por mais acertado, ainda que a morte fosse consequência da Coroa, morrer reinando que acabar servindo, e animou o Duque, dizendo que todos os vaticínios eram segurança da empresa, e que neste sentido só a dilação de se coroar podia ser prejudicial."
D. Luís de Meneses, História de Portugal Restaurado, Vol. I
ed. António Álvaro Dória, Livraria Civilização, Porto, 1945, p. 111
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