O esforço de editar os nossos grandes autores é sempre de louvar, sobretudo quando a tendência é deixá-los caídos no esquecimento, ao contrário das boas práticas de outros países - basta ir a Badajoz para ver a diferença (não nas lojas de caramelos, claro). Um dos grandes esquecidos tem sido Camilo Castelo Branco, um dos mais abundantes escritores da nossa literatura, mas também, paradoxalmente, um dos difíceis de se achar nas livrarias, com a notável excepção do Amor de Perdição, cânone escolar oblige. Por isso é meritória e digna de aplauso a iniciativa da Fronteira do Caos em editar esta Luta de Gigantes. Pedia-se, porém, era um bocadinho mais de cuidado na edição, com gralhas e, o que é um bocadinho mais aborrecido, muitos erros de leitura, devidos certamente a desconhecimento dos hábitos tipográficos do século XIX, mas que um bom trabalho de edição teria detectado. Eu que sou muito embirrante com estas coisas fico um bocadinho aborrecido com a falta de acentos, ou com o estropear de nomes como o do Pedro Baeça, que aqui passou a chamar-se Pedro Bacça. Não era flor que se cheirasse, a gente já sabe, mas não lhe bastou ter sido executado por traição em 1641, tem de ter também o nome degolado?
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