sábado, julho 23, 2005

Ainda a demissão do ministro das finanças


Agora que se vão sabendo mais pormenores, a demissão de Campos e Cunha faz cada vez mais sentido. Aparentemente o ex-ministro terá pedido por quatro vezes a Sócrates para abandonar o governo, em diversas ocasiões. Terá também prevenido Sócrates da publicação do seu já famoso artigo de opinião. Sócrates alegadamente não terá lido o artigo antes da publicação, e, depois desta, terá posto o ex-ministro perante duas alternativas: ou se demitia ou era demitido. Sócrates agiu bem, na defesa da coesão do governo e no seguimento das políticas presentes no programa de governo apresentado aos eleitores em fevereiro passado, e sufragadas com maioria absolutal. Fica-se sem saber o que terá levado Campos e Cunha a aceitar integrar o governo, sabendo que a Ota e o TGV faziam parte - e ainda bem - das intenções deste governo. Finalmente, não deixa de ser divertido o frenesim da oposição e de alguma comunicação social. Sócrates é criticado por, pasme-se!, manter uma atitude coerente e por não permitir secessões no seu governo. Que queriam? Que fosse a rebaldaria, que cada ministro dissesse o que bem lhe aprouvesse, indo contra a linha política do governo? Afinal criticava-se - e bem - Santana Lopes por não ter um rumo e permitir que cada ministro dissesse o que lhe desse na real gana, e agora critica-se Sócrates por fazer exactamente o contrário? Criticava-se Guterres por hesitar e ziguezaguear, e agora critica-se Sócrates por fazer exactamente o contrário?

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