O debate da SIC-Notícias desta noite, com os candidatos à Câmara do Porto, foi esclarecedor. A coligação PSD/PP/CDU, representada por Rui Sá e Rui Rio, sentou-se lado, e foi-se defendendo como pôde dos ataques da oposição (PS e BE). Rui Sá foi tecendo loas ao companheiro de coligação, que lhe sorria carinhosamente; de vez em quando trocavam pequenas farpas amigáveis, como que a disfarçar. Rui Rio demonstrou de novo a sua costela populista ao bom estilo sul-americano, enquanto o seu parceiro de coligação se mostrou tímido e visivelmente pouco à vontade na assunção do seu papel de muleta da direita. Quanto à oposição, João Teixeira Lopes (BE) encostou Rui Rio às cordas praticamente sempre que lhe dirigiu a palavra. Ainda que não se concorde com a sua política (eu não concordo), há-que reconhecer a sua habilidade. Francisco Assis (PS) marcou pontos, sobretudo pela imagem dinâmica e inconformista. Dará um bom presidente de câmara do Porto, se ganhar. Mas o elemento mais fraco do debate foi mesmo a SIC. Como parecia mal aos portuenses fazer o debate em Lisboa (o que seria lógico, pois a sede da cadeia de TV é em Lisboa), decidiram fazê-lo no Porto. Passe o provincianismo da medida, o grande problema foi que o estúdio não tinha quaisquer condições. Primeiro pela poluição visual (quem é a alma retorcida e doente que acha que é bonito embrulhar árvores da rua em luzes de Natal?); mas sobretudo pela gritaria de fundo, que só era abafada quando algum candidato levantava a voz. Mas que raio era aquilo? Às tantas ouviam-se gargalhadas masculinas (ainda que efeminadas) histéricas. Gritos, guinchos, gargalhadas, gente a falar alto... Que raio era aquilo?! Não há um pingo de profissionalismo naquele estúdio do Porto?
Sem comentários:
Enviar um comentário