Não tenho opinião formada sobre a avaliação dos professores, porque não conheço bem a proposta do Governo. Como não gosto de dar opiniões sobre o que conheço mal, fico calado.
Digo apenas que me parece inconcebível que não haja avaliação, ou que ela se mantenha nos moldes antigos. Eu fui professor do ensino básico e secundário, antes de ser professor universitário, e sei como era feita a "avaliação": no fim de cada ano tínhamos de fazer um relatório de auto-avaliação, onde, como o nome indica, avaliávamos o nosso próprio desempenho, sem contraditório nem verificação da veracidade. Já pararam de rir? Eu ainda não.
Ontem lembrei-me disto, quando ouvi nas notícias uma professora, parece que representante sindical, a dizer que só admitia ser avaliada de forma formativa. Para quem não sabe o que é avaliação formativa, eu explico: trata-se de avaliação sem consequências, destinada apenas a auto-controle. Eu lembro-me da avaliação formativa quando era aluno. A gente não ligava muito, pois não contava para nota. É verdade que, quando me tornei professor, percebi que contava para a nota sim, embora de forma camuflada. Mas no caso da avaliação pretendida por esta senhora e tantos outros professores, isso não acontecerá, pois não implicaria progressão na carreira nem qualquer tipo de penalização.
É isto, pois, que esta senhora quer, e, pelo que tenho ouvido, é isto que a generalidade dos professores quer. Uma avaliação sem consequências. Uma avaliação faz-de-conta, que deixe tudo na mesma. Uma avaliação que não premeie os bons e que não penalize os maus.
Repito, não conheço o conteúdo da proposta governamental, por isso não me pronuncio sobre ela em concreto. Mas apoio, e veementemente, a existência de uma avaliação A SÉRIO dos professores, com consequências na progressão na carreira. Como é óbvio.
P.S: na faculdade temos um arremedo de avaliação sem quaisquer consequências. Distribuem-se uns inquéritos aos alunos, eles preenchem de forma anónima, e já está. A avaliação é feita em vários parâmetros, de 1 a 5. Eu tenho tido sempre uma média acima de 4,9. Isso não faz de mim um bom professor, nem estou convencido de que reflicta seriamente o meu trabalho. Reflecte, sim, a empatia que de facto tenho com os alunos, que me perdoam as minhas muitas falhas por causa dos disparates que lhes digo e que os fazem rir. Basta dizer que geralmente a minha classificação mais baixa é na pontualidade - quando eu entro na sala à hora marcada, e quem me conhece sabe que a minha obsessão pela pontualidade chega a ser patológica. Será esta a avaliação que os professores querem? Eu digo já que não é a que eu quero, e lamento que na faculdade onde lecciono não haja uma avaliação a sério e com consequências.
Digo apenas que me parece inconcebível que não haja avaliação, ou que ela se mantenha nos moldes antigos. Eu fui professor do ensino básico e secundário, antes de ser professor universitário, e sei como era feita a "avaliação": no fim de cada ano tínhamos de fazer um relatório de auto-avaliação, onde, como o nome indica, avaliávamos o nosso próprio desempenho, sem contraditório nem verificação da veracidade. Já pararam de rir? Eu ainda não.
Ontem lembrei-me disto, quando ouvi nas notícias uma professora, parece que representante sindical, a dizer que só admitia ser avaliada de forma formativa. Para quem não sabe o que é avaliação formativa, eu explico: trata-se de avaliação sem consequências, destinada apenas a auto-controle. Eu lembro-me da avaliação formativa quando era aluno. A gente não ligava muito, pois não contava para nota. É verdade que, quando me tornei professor, percebi que contava para a nota sim, embora de forma camuflada. Mas no caso da avaliação pretendida por esta senhora e tantos outros professores, isso não acontecerá, pois não implicaria progressão na carreira nem qualquer tipo de penalização.
É isto, pois, que esta senhora quer, e, pelo que tenho ouvido, é isto que a generalidade dos professores quer. Uma avaliação sem consequências. Uma avaliação faz-de-conta, que deixe tudo na mesma. Uma avaliação que não premeie os bons e que não penalize os maus.
Repito, não conheço o conteúdo da proposta governamental, por isso não me pronuncio sobre ela em concreto. Mas apoio, e veementemente, a existência de uma avaliação A SÉRIO dos professores, com consequências na progressão na carreira. Como é óbvio.
P.S: na faculdade temos um arremedo de avaliação sem quaisquer consequências. Distribuem-se uns inquéritos aos alunos, eles preenchem de forma anónima, e já está. A avaliação é feita em vários parâmetros, de 1 a 5. Eu tenho tido sempre uma média acima de 4,9. Isso não faz de mim um bom professor, nem estou convencido de que reflicta seriamente o meu trabalho. Reflecte, sim, a empatia que de facto tenho com os alunos, que me perdoam as minhas muitas falhas por causa dos disparates que lhes digo e que os fazem rir. Basta dizer que geralmente a minha classificação mais baixa é na pontualidade - quando eu entro na sala à hora marcada, e quem me conhece sabe que a minha obsessão pela pontualidade chega a ser patológica. Será esta a avaliação que os professores querem? Eu digo já que não é a que eu quero, e lamento que na faculdade onde lecciono não haja uma avaliação a sério e com consequências.
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